sexta-feira, 4 de setembro de 2015

Como vencer o medo da matemática?

Candidatos 
a vagas em cursos superiores
se inscrevem em vestibulares 
para ciências sociais
para fugir da prova de matemática.
Esta é uma atitude

que futuramente 
trará consequências graves.

A aversão à matemática sempre existiu entre a maioria dos estudantes brasileiros. Chega a tal ponto que muitos candidatos a ingressos nas universidades optam por cursos como comunicação social, história, pedagogia, muito mais para fugir do "fantasma" da matemática do que por terem aptidões para essas áreas. Depois, se aprovados, abandonam os cursos ou, se chegarem a se formar neles, dificilmente se tornam bons profissionais. Por isto o mal tem que ser cortado pela raiz, ainda no ensino básico. Mas como?
Alguns especialistas dizem que, no Brasil, a aversão à matemática é tão grande que muitos brasileiros sentem que já nasceram aptidão para aprendê-la. Eles explicam que isto é causado principalmente pelo grande número de professores de matemática sem formação específica, alguns dos quais nem gostam da disciplina, e muitos formados em matemática, mesmo gostando dela e conhecendo-a bem, atuam como professores sem a necessária facilidade didática para ensinar. 
Em 2011, uma avaliação feita pelo Saresp (Sistema de Avaliação de Rendimento Escolar do Estado de São Paulo) revelou que 57% dos alunos concluíam o ensino médio com rendimento abaixo da média mínima necessária em matemática. No mesmo ano, uma pesquisa feita pelo Programa Internacional de Pesquisa de Aprendizagem (PISA) classificou o Brasil na 57.ª posição entre 65 países, revelando o baixíssimo nível de aprendizagem dos alunos de 15 anos de idade, e os piores resultados foram relacionados à interpretação de textos, redação e matemática. 
A consultora pedagógica Priscila Monteiro diz que além de ter que lidar com muitas disciplinas, muitos alunos fazem parte dessa "tradição brasileira" de não gostar de matemática. Ela disse também que muitos professores de matemática até sabem ensinar mas têm que obedecer a regras estabelecidas pelos diretores de escolas ou pelo de sistema de ensino do município, do estado ou do país que nem sempre condizem com as regras adequadas para a aprendizagem dos alunos. Com frequência, nos cadernos de alunos, há problemas de matemática com respostas prontas mas sem o processo de resolução. Para a consultora, isto induz o aluno a não assumir uma postura investigativa. Sem praticar esse processo, ele não tem como aprendê-lo.
Ela também diz que há muitos casos em que, no ensino fundamental, no período do sexto ao nono ano, os professores são formados em matemática, conhecem-na bem, mas lhes falta a capacidade didática. Na maioria destes casos, os professores focam suas atenções mais aos alunos que conseguem acompanhar a aula e acha que os outros são "desinteressados". São, mas porque os professores não criam meios eficazes para despertar seus interesses. A pesquisadora argentina Patrícia Sadovsky parece concordar com o que Priscila Monteiro diz. 
Patrícia aconselha que os professores destaquem os aspectos mais relevantes, que possibilitem considerar os conhecimentos anteriores dos alunos, as situações didáticas atuais e as novas aprendizagens a serem adquiridas. Ela sugere a participação das crianças na produção do conhecimento. Não basta dizer a elas que dois mais dois são quatro: é preciso fazer com que elas descubram por que dois mais dois são quatro. Em vez de fazer os alunos aprenderem regras técnicas que não lhes parecem fazer sentido, o professor deve considerar que o mais importante é o aluno descobrir a resposta certa, seja por que meio for. Em outras palavras, o professor incentivar as crianças para que elas mesmas produzam seus próprios meios de obter o conhecimento. O mesmo pode ocorrer com relação a alunos do ensino médio.

Fontes:

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